O número de atrações impressiona.
Foram mais de 900 apresentações em quase 27 horas. Sim! Foram mais de 24 horas
de shows, pois no palco de comédia localizado na Praça da Sé, o humorista
Rafinha Bastos saiu do palco quase às 21h. Assim, a Virada Cultural superou as
expectativas dos organizadores e do público.
Os números da violência não pode
ofuscar a festa como quer, ou parece que quer, a mídia. Portanto, vamos voltar
à festa.
A abertura foi com uma Daniela
Mercury estonteante. Solta e livre como nunca, Daniela mostrou porque é uma das
grandes artistas do mundo. A baiana não se intimidou e desfilou sucessos de Tom
Jobim, Vinícius de Moraes, Gilberto Gil e outros grandes nomes da música.
Durante a apresentação, ela
criticou o preconceito racial e religioso. Exaltou a sexualidade humana e os
orixás da Umbanda e do Candomblé. Para celebrar essa liberdade, a cantora puxa O Canto da Cidade, e não faltou
evocação a Asa Branca de Luiz Gonzaga
e ao samba reggae do Olodum.
Em seguida sobe ao palco mais uma
menina baiana: Gal Costa. O nome dela é Gal, mas poderia ser Diva, Deusa ou
Estrela. O tempo não afetou a voz e o talento de Gal. O tempo não castigou Gal
como castiga os pobres mortais.
Ao abrir a boca, a sonoridade
emitida pela boca de Gal toma vida própria e ecoa pela Praça Júlio Prestes
chegando aos ouvidos dos espectadores ansiosos por música boa. O público vibra
com aquela que se chama Gal. Depois de abençoados por aquela que se chama Gal,
todos puderam aproveitar a Virada.
Os talentos conhecidos e desconhecidos
foram surgindo nas Praças, ruas e Parques da cidade. Mas também foi possível acompanhá-los
nas paredes dos prédios, nos viadutos e nas portas dos teatros. Dessa forma,
São Paulo mostrou sua vocação para receber todas as culturas, todos os povos,
todos os sotaques e rostos. A Virada Cultural não pode deixar de fazer parte do
calendário da Pauliceia desvairada.
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